Você quer se ver livre de mim?
Não precisa açoitar minha alma com palavras mordazes
Nem muito menos pagar minhas gentilezas com crueldades
Se quer que eu saía de sua vida, basta dizer: siga
E eu seguirei rumo ao desconhecido futuro…
Só não quero ter na pele as marcas de sua maldade
A ingratidão é algo tão terrível que não deveria existir
Mas, tudo bem, como sempre, sou culpado, eu sei
Por ser exatamente como eu sou…
Perdoe-me pelo meu jeito e também, se não é o bastante
Tento fazer sempre o melhor para você e para nós
Pois a nossa felicidade reflete em minha vida lá fora
E agora, tudo que mais quero é ir embora… agora…
Parece que você deseja me ver longe, pois não há
Palavra alguma em seus lábios sobre o que represento
Na maioria do tempo, pareço ser o equivoco de sua existência
Mesmo te levando e lhe tratando como rainha de meu lar
É por isso que digo ao insistir que a bondade gera crueldade
As pessoas montam sem piedade e se sentem na obrigação
De nos chamar de tolos de coração, não reparam que a vida
Mais cedo ou mais tarde fechará a ferida e veremos um mundo novo…
Sei que não existe sentido, como não existe sentido açoitar
Quem lhe acaricia, aquele que está sempre ao seu lado lhe dando forças
Aquele que é o primeiro a correr quando precisa
E quando mais precisa de você, mal sabe pedir perdão pelas palavras frias.
Autor: Adriano Villa