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Estigma

Um porto
Sem barco para atracar
O sol que se põe
Numa praia deserta
Para ninguém olhar
Uma garrafa com uma mensagem
Vagando pelo extremo mar
Um cometa que corta o espaço
Os milhares de estilhaços
De um coração partido
De metáforas
De ausência do cupido.
Um campo verde
De flores silvestres
Onde por um instante se perde
E por um segundo investe
Em um beijo que talvez
Não se repetirá
Num olhar que jamais
Se reencontrará.
E em seus olhos
Você vai encontrar o que precisa
Será completamente
A estrela que brilha na imensidão
E seu mundo brilhará
E as nuvens negras se afastarão
E, de repente verás todas as portas abertas
Sendo amada por um coração poeta
Que carrega em suas profundezas
Toda a paixão milenar
Em seus lábios o veneno
Que jamais alguém poderá curar
Com os buracos, que jamais alguém irá tampar.
Pois uma imensidão de sentimento
É para alma alimento
E o poeta nada mais é que um alimentador
Que traz para a alma faminta
A verdade sobre o que sentes
Mas que sempre está com frio
E sentindo um imenso buraco vazio
Pois das palavras que salvam que seu valor
Condena-os a sua profunda falta de amor.

Estigma

Autor: Adriano Villa

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