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Rio Interior

Apresente-me
Para mim mesmo
Pois, já não sei quem sou
As palavras que um dia disse
Hoje tornaram-se mentiras
E não adianta dizer
Que certas coisas acontecem
que realmente eram para ser
pois quando atravessamos o farol
as ruas deixam de ser respeitadas
e você sabe do que estou falando
e você sabe para quem estou falando
e, você poderia apresentar para mim mesmo?
Um dia avistaram um sol em meus olhos
Disseram que havia uma luz dourada ao meu redor
E minhas palavras navegavam como uma brisa
Trazendo no interior um puro frescor
Eu e o mundo éramos um só
Você já se sentiu em unidade com o mundo?
Sentindo-se parte do céu
E dos pássaros que o cortam?
Da brisa que passeia entre os prédios?
Das árvores que crescem e fazem o ar?
Um dia me senti assim
Mas, hoje não me conheço mais
Aquele brilho dourado talvez, enferrujou
E meus olhos são duas nuvens
Negras que margeiam minha alma
Perdida em seus próprios pensamentos
Os caminhos que se foram… eu os conheci
Mas e os que virão? Aqueles que ainda não vi!
O que será deles afinal…
Meu interior se estremece
Pois o que vejo por aí é a verdade
A loucura que domina a consciência
Tem suas razões para existir
E será que um dia eu terei a razão para ser um louco?
Para caminhar pelo mundo sem destino,
Tendo tudo e perdido para os absurdos…
Morto pela minha mão, pego pela ingratidão
Das lastimas, do pavor, do rancor…
Existe em minha um rio interior
as lágrimas rolam para traz dos meus olhos
onde somente eu posso reconhecer a dor
pois é dela que tento encontrar aquele amor.

Rio Interior

Autor: Adriano Villa

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