Pelo calor de meu beijo
Não olhe em meus olhos por muito tempo
Eu verei isso como um desafio
Não pergunte sobre a beleza que no rosto sustento
Você não faz ideia do tipo de meu alimento.
Não abra sua alma
Não deixe seus pensamentos transbordarem
Eu posso ler a sua mente
E ser tudo aquilo que precisa…
Eu posso ter um brilho nos olhos como o nascer do sol
Posso ter o calor de uma tarde ensolarada de verão nos lábios
Posso ter uma brisa refrescante entre meus braços
Posso ter a erupção de um vulcão em cada dedo de uma mão.
Não olhe nos meus olhos por muito tempo
Tempo é tudo que um ser paciente pode compreender
Você talvez não saiba muito sobre o que vem amanhã
Mas, o que importa, sendo que hoje em dia podemos viver ou morrer.
Mas, não perca sua alma para quem esta sob o céu
Pagando pelos mesmos pecados
Estando na mesma altura para um ser divino
Que aos seus olhos somos todos iguais!
Não navegue pelos oceanos de meus olhos
Não se embriague no doce veneno de minha saliva
E, não olhe em meus olhos, minha criança
Dizem que são as portas para a alma, não dizem?
Então, e se você ficar presa em meus pensamentos
Conhecendo não somente o que esta por cima da pele
Mas também os labirintos de meu interior
Os calabouços sujos e repulsivos de minha alma
Assim você entenderá aquele sorriso lascivo
De apenas desejo e fome
E tua alma aos poucos será consumida
E todos os sonhos se tornarão contos de fadas
O mesmo que um dia decidira-se esquecer
Mas que hoje veio a lembrar
E foi a razão do padecer e foi teu desejo
Ser amaldiçoada pelo calor de meu beijo.
Autor: Adriano Villa